segunda-feira, 16 de maio de 2011

Onde está nossa Educação?

Quais são nossas prioridades?



Um país que deseja evoluir precisa investir na educação. Essa é uma máxima que de tanto sabermos já virou até clichê. Infelizmente sabemos mas não fazemos muita coisa nesse sentido. Me incluo nessa afirmação, como incluo toda a sociedade brasileira, porque junto com milhões de brasileiros vibrei quando soube que iríamos sediar uma Copa do Mundo, para só depois descobrir que magicamente apareceram infindáveis recursos para erguer estádios, quando nunca havia recursos para investir em Educação e Saúde.

Ou vai me dizer que você também não se pergunta, mesmo que de vez em quando, como nosso Estado consegue mais de 400 milhões em recursos para erguer uma arena que se tornará um elefante branco, enquanto nossos professores ganham salários totalmente indignos da tarefa que realizam, e greves e protestos depois, recebem migalhas como reajustes?

Apaixonado que sou por futebol, mesmo assim consigo que perceber que no centro da questão não estão simplesmente números, matemática financeira, e por mais que exista o interesse do empresariado numa Copa do Mundo, e não na melhoria da educação, a questão aqui é de prioridades.

Seul, capital da Coréia do Sul
O que encaramos como prioridade? Um estádio para turista ver ou um novo hospital que funcione adequadamente? Um parque com vista para o encontro das águas sob projeto de Oscar Niemeyer, ou o investimento no salário e qualificação dos professores? Políticos aumentando os próprios salários ou investimento nas forças de defesa pública, que ganham mal e portam armas de fogo?

A Coréia do Sul pode nos dar uma resposta. Não preciso recorrer a números para isso, podemos enxergar através de sua influência. Uma das maiores montadores automobilísticas do mundo, a Hyundai, é coreana, como também o é a Kia Motors. Temos dois gigantes no setor de eletrônicos, cuja marca certamente está presente em alguma das nossas posses domésticas: Samsung e LG, também coreanas.

Seul é uma capital moderna, uma metrópole cheia de luzes, num país considerado há muito tempo como um dos tigres asiáticos. Se perguntarmos à qualquer um dos coreanos como conseguiram isso, dirão que foi investimento em educação. Investimento em professores, no próprio acesso à educação, em tecnologias pedagógicas. Nós preferimos erguer arenas.

Não que o esporte não seja fundamental, muito pelo contrário, mas podemos investir em esporte sem cifras tão exageradas, que poderiam ser usadas em outras áreas prioritárias, para as quais nunca havia recurso.
O próprio esportista precisa ter uma boa formação escolar, e na realidade educação e esporte sequer estão dissociados. 

A questão é prioridade.

Professores x Alunos

Dentro desse debate amplo, tem um mundo um pouco menor, uma engrenagem nesse sistema, que se trata da relação entre professor e aluno. Não há como fugir disso, professor mal qualificado invariavelmente irá falhar em algum aspecto na formação do aluno, e aluno que não aprendeu a respeitar a posição de um professor, não o levará a sério. Aqui falamos de reconhecimento social de ser professor, da figura que outrora detinha respeito das pessoas tanto quanto os clássicos médicos, engenheiros e advogados.

Ele não era meramente um alvo de gozações de adolescentes em busca de auto-afirmação, nem precisava ser um profissional que trabalha apenas por amor, sabendo que o retorno e reconhecimento financeiro praticamente inexiste. Amor ao que fazemos é bom, mas não nos sustenta.

É preciso que o professor também seja aluno, se recicle, estude, se qualifique. Saiba andar no ritmo dos Ipads e gadgets da geração Y, para não se tornar um obsoleto ancião da montanha que implica com as mudanças do mundo com as quais não sabe lidar, e que não consegue controlar na personificação de seus alunos. Há o professor que tranca seus alunos em sala e lê o material didático, e há o professor que os leva em excursões para mostrar a Biologia e a Física acontecendo no mundo lá fora. Há professores que torcem o nariz para as pesquisas na internet e aqueles que vêem nela um mundo inteiro de conhecimento à disposição.

Depende como se compreende, e a compreensão depende de contínua informação. 

Síndrome de Burnout e
Transtorno de Stress
Pós-Traumático são problemas
recorrentes na categoria
Por vezes tenho a impressão que muitos desses profissionais se tornam autômatos, entram numa espécie de homeostase profissional, cumprindo roboticamente suas funções. Entregam as informações da ementa, muitas foram elaboradas sem que sequer fossem consultados, terminam a aula, voltam para casa, corrigem provas, e reiniciam o processo. Não existe mais aquele brilho, aquele prazer em formar pessoas e profissionais. Talvez porque estejam mais preocupados com o stress gerado no trato com seus alunos do que com o processo educacional em si, ou com o volume de trabalho e baixa remuneração mais do que a importantíssima contribuição social de seu cargo.

E não há como culpá-los. Em certa medida, perde-se aquela velha relação de mestre e aprendiz, que eu particularmente aprendi a apreciar tanto nos anos de colégio como os de universidade, e mostra-se apenas uma relação puramente comercial. Claro que existe essa última, o professor te fornece o serviço de aprendizagem, e você o paga por isso, seja por mensalidades ou impostos. Mas quando vemos APENAS isso, é porque tem algo muito errado.

Eu não pago mais mensalidade na universidade que me formou, mas tenho contato com minhas mestras, que me tratam como igual, como amigo e colega de profissão. A relação que temos não é, e nunca foi, puramente comercial. E eu as vejo como modelos a serem seguidos. Conheço professores que tem medo de atender seus alunos recém-formados, por medo de que eles representem potencial concorrência no mercado de trabalho. Não encontro outra definição além de insegurança para tal.

Penso que quando eu conseguir chegar no nível de meus mestres, eles também terão evoluído e estarão vários degraus à frente. Tem medo aquele que sabe que parou, e não sobe mais nenhum degrau. E penso que meus formadores não devem ter medo de mim, mas orgulho pelo trabalho que fizeram.



E mediante esse cenário, temos jovens pouco criativos, mal-informados e  com educação formal falha. Vemos vídeos de alunos espancando professores, e vários destes sofrendo de stress pós-traumático ou síndrome de Burnout. Talvez não saibamos como isso começou, mas sabemos onde vai dar. É difícil pedir uma atitude diferente dos professores quando estes não são reconhecidos pela sociedade, por empregadores e pelo Estado, e é difícil cobrar maturidade jovens cujas famílias mal querem saber o que ocorre nas escolas.

Podemos não saber como começou, mas vamos imaginar quando olharmos nossa nova arena esportiva cintilante rodeada de turistas e suas máquinas fotográficas.


Andre Borghi
psicólogo

quinta-feira, 12 de maio de 2011

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